Dia De São Nunca

NOGUEIRA, LEO
KOTTER EDITORIAL

59,70

Sob encomenda
8 dias


Fragmentos de memórias do passado trazem à tona diversas personagens e épocas e são o pano de fundo de uma história de vingança e acerto de contas, mas urdida com muito humor — e argúcia. É isto o que o leitor vai encontrar nesta terceira investida do letrista e compositor Léo Nogueira na seara do romance, onde ele imprime com êxito a sua escrita engenhosa e inventiva de sempre. Zeca Baleiro Cantor e compositor ***Dia de São Nunca é um caso particular de romance em que a principal personagem é o narrador. Escrito de maneira cinematográfica por Léo Nogueira, a obra apresenta um dia atípico em uma atípica ilha do Nordeste brasileiro, feita de retalhos de sonhos e memórias, não sabemos em que proporção capítulos curtos, que tornam a leitura bastante dinâmica, o narrador fantasmático nos apresenta seus superpoderes literários trazendo uma miríade de personagens de sua Macondo particular, entrando nas vidas e no passado dessas pessoas, revelando suas histórias e tecendo acontecimentos que gradativamente vão passando do pouco rotineiro ao totalmente inusitado, até chegar a uma atmosfera de realismo fantástico que lembra ao mesmo tempo os filmes de Fellini e M. Night Shyamalan e os escritos de Gabriel García Márquez e José J. Veiga.Tudo se passa em um único dia, e nosso narrador nos apresenta de forma leve e bem humorada os preparativos do povoado para a comemoração do Dia de São Nicanor, o São Nunca, padroeiro da localidade. Logo de início nos deparamos, porém, com um mistério: o sumiço de algumas figuras importantes da cidade, como o prefeito, os vereadores e todo o corpo policial. Esta é a deixa para acompanharmos a movimentação dos habitantes da ilha, sempre contada por este narrador-personagem consciente de sua onisciência, que se utiliza sem pudor da sobre natureza de sua condição e que por vezes se contrapõe até ao próprio autor da narrativa (também este uma personagem?).Por meio desse interessante jogo de espelhos semiótico, embarcamos na prosa envolvente de Léo Nogueira para nos aventurarmos pelos labirintos de sua linguagem que transforma Dia de São Nunca em microcosmo da própria condição humana.
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