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Mimesis - a Representação Da Realidade Na Literatura Ocidental
AUERBACH, ERICH
PERSPECTIVA
162,40
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A edição brasileira de Mimesis, a obra monumental de Erich Auerbach, referência absoluta para os estudos literários e literatura comparada, completa cinquenta anos de sua primeira publicação. O ensaio permanece vivo em seu campo, ajudando a formar multidões de pensadores, não obstante as profundas mudanças pelas quais o mundo atravessou nesse tempo e o aparecimento de grandes teóricos da crítica literária. Mimesis encanta pela abrangência da análise, seja pelo vasto período de tempo, seja pela multiplicidade de obras e estilos que traz, que lhe dá, nas palavras de Manuel da Costa Pinto, um “sentido épico […]?– nada menos do que um afresco da civilização ocidental por meio de suas obras mais representativas”. Mimesis é obra de um homem que perde sua pátria e é obrigado a se exilar e se isolar. Em terra estranha, nas margens de uma Europa conflagrada pela Segunda Guerra Mundial, Erich Auerbach, sem um futuro à sua frente, para seguir vivendo agarra-se àquilo a que dedicou a vida, a literatura – que naquele momento ardia em fogueiras imensas em sua Berlim natal. Em seu espírito descortina-se uma nova perspectiva, que ele quer compartilhar: a da representação da realidade na literatura ocidental. Como ele próprio afirma, o que aqui se apresenta é uma visão, jamais uma teoria fechada. Auerbach seleciona seus locais aprazíveis e não por acaso começa com Homero e a Bíblia, os dois pilares do Ocidente europeu. Dali até o farol de Virginia Woolf será uma longa, insólita e, como o tempo o provou, inesquecível jornada, de abrangência inaudita, da qual cada capítulo deste livro é um instantâneo, um recorte. O mundo que originou esta obra já não existe mais. Aquela guerra também acabou, ainda que suas palavras de ordem continuem encantando seguidores, inclusive hoje. Mimesis também permanece – vital como no tempo em que foi escrito, resiliente como o leitor de todos os tempos e quadrantes –, reerguendo-se das cinzas da ignorância sempre mais uma vez, pois como afirma Edward W. Said, “seu exemplo humanista permanece imorredouro”.
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