Jacques Lacan e James Joyce - O Simbólico na Linguagem


ILUMINURAS

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Tristão e Isolda, em suas múltiplas versões, é um dos marcos dos conflitos da modernidade. Tristão, preso à convenção, não casa com Isolda, a mulher que ama — e, contra suas melhores intenções, macula a noiva de seu tio, o rei Marcos. A vida de Tristão transcorre atormentada até à loucura. Entre as versões modernas do dilaceramento interior estão a ópera Tristão e Isolda de Richard Wagner e o romance Finnegans Wake de James Joyce. A aproximação de contrários, cara a Joyce, não se realiza pacificamente. Como Heráclito, Joyce coloca o choque de forças no centro da ação. A lenda, desde as narrativas antigas até às reelaborações mais recentes, conduz à visão das tempestades que agitam o coração nas turbulências da modernidade. >>> Para ser compreendida, a modernidade requer a presença de James Joyce e Jacques Lacan, dois universos que se aproximam e se distanciam. O primeiro contato de Lacan com a obra de Joyce aconteceu em Paris, Lacan, ainda jovem, assistia a leituras que se faziam da tradução francesa do Ulisses. O segundo e último romance de Joyce, Finnegans Wake, está presente cedo na construção do pensamento lacaniano. No Quinto Seminário de Lacan, As formações do Inconsciente (1957-1958), Lacan brinca com neologismos à maneira de Joyce: famillionaire/familionário, maritablement/maritavelmente... A confluência do ficcionista e do psicanalista interessa também à teoria literária. Teóricos da literatura referem-se, há décadas, à morte do autor. Joyce enfraquece a autoridade atribuída outrora a quem escreve. Enigmas incentivam a criatividade do leitor, a escrita enigmática se prolonga na inventividade de quem lê. Na teoria lacaniana da perversão, o filho recebe do pai um falo falido (père-version/patriversão), cabe ao filho reativar a força do pai. “Pai” não lembra a obviedade anatômica, acentua a atividade simbólica, a produção literária. A atenção de Lacan voltada a Joyce culmina nos anos 1975 e 1976, o psicanalista entrega-se um ano inteiro à tarefa de entender a criatividade do vanguardista irlandês. Vários investigadores, fora e dentro do Brasil, examinaram a relação de Jacques Lacan e de James Joyce, Jacques Lacan e James Joyce – o simbólico na linguagem é a mais recente. A obra confere ao leitor a oportunidade de acompanhar o móvel acontecer dos termos ressignificados e inventados por Lacan ao longo do inquieto século XX. Lacan mantém contínuo diálogo com pensadores do passado, com vanguardistas e intelectuais do seu tempo. Jacques Lacan e James Joyce – o simbólico na linguagem ajuda-nos a repensar o inquieto século XX. Donaldo Schüler
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