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A Trama Das Tensões Discursivas
ALAMEDA CASA EDITORIAL
189,00
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Este livro de Diogo Roiz escrutina um tema candente em inúmeras reflexões historiográficas contemporâneas, centradas no debate em torno da narrativa histórica e das relações entre a História e a Literatura. Revela o quanto as fronteiras – se é que existem no plano da escrita – são permeáveis e impõem à pesquisa histórica o trânsito obrigatório pela textualidade e pela discussão sobre a referencialidade e a ficcionalidade presentes no discurso dos historiadores.Ele parte da análise a respeito do impacto e dos desdobramentos vividos com o advento da linguistic turn para em seguida tratar da emergência do contextualismo inglês nos estudos históricos, devotados ao problema da narrativa, conferindo uma contribuição que ocupa um lugar de destaque nos estudos existentes; além de deslindar convergências e distanciamentos nos aportes teóricos constituídos e examinar instrumentais metodológicos adotados por diferentes historiadores em vários estudos históricos lapidares a respeito do tema.Tomando a complexa relação havida entre a ciência histórica e a arte narrativa na historiografia do século XX, o autor avalia o expediente e as estratégias de reconstituição do passado, o diálogo com seus princípios de realidade, a reivindicação ou não à verdade e o uso que é feito das fontes textuais e literárias para se interpretar aspectos de um determinado evento, ou para a construção e reconhecimento de um dado contexto histórico.Nas páginas a seguir, os leitores encontrarão digressões sólidas e lúcidas em torno do pensamento de autores seminais como Michel Foucault, Hayden White, Quentin Skinner, Roland Barthes, Peter Gay, Nietzsche, Jacques Derrida, Gilles Deleuze, David Harlan, Michel de Certeau, Dominick LaCapra, dentre outros, cuja análise constrói um amplo painel e um quadro de problemas oferecendo tanto a pesquisadores experientes, quanto a iniciantes, um manancial de reflexões capazes de iluminar a compreensão da complexa relação entre a História e a Narrativa.Por fim, o autor nos brinda com capítulos onde demonstra possibilidades e modos pelos quais as fontes literárias podem ser utilizadas na pesquisa histórica, a fim de problematizar noções de texto e contexto, bem como trazendo à superfície fissuras mais profundas dos homens no passado. Ali examina como Georges Duby faz uso da Literatura e das fontes literárias em seus estudos sobre a Idade Média, para acessar a complexidade da vida, das razões e dos sentimentos do homem medieval; analisa aspectos do escravismo brasileiro em peças teatrais dos séculos XVIII e XIX, a fim de evidenciar como estas peças criavam realidades a partir de convenções de realidade; e discute a potência da obra emblemática de Kafka, acompanhando a construção de sua escrita e suas contínuas leituras e reconstruções, por parte de seus leitores/intérpretes. Esses são alguns dos movimentos de análise que a obra faz e permite ao leitor observar as tramas que se formaram em torno da escrita da história e do enredo dos romances ao longo do século passado, cujo desenlace desdobrou-se, entre outras coisas, na produção de narrativas híbridas a respeito do vivido de outrora, ou mesmo sobre o imaginado.Julio BentivoglioProfessor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)Sobre o autor: Diogo da Silva Roiz é Professor Associado na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Doutor em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde também concluiu estágio de pós-doutorado em 2015. Pela Alameda publicou Para ser historiador no Brasil e O curso de Geografia e História.
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