Humanização no Hospital Das Clínicas - A Nossa História - 01Ed/24


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A partir da segunda metade do século XX, os avanços tecnológicos vêm sendo aplicados na área da saúde em todos os níveis de atenção. Consequentemente, presenciamos o crescimento exponencial do conhecimento científico, tornando o tratamento mais efetivo e aumentando a esperança dos doentes. Entretanto, a doença passou a ser interpretada como um desvio de variáveis biológicas em relação ao normal, sendo considerada como um fenômeno biológico de causa-efeito. Desde então, aumentou a tendência de o corpo humano ser analisado como uma máquina, minimizando os aspectos sociais, psicológicos e comportamentais. Com a introdução da tecnologia digital o mundo tornou-se mais acelerado e a relação entre os humanos se transformou. Se por um lado intensificou os meios de comunicação, por outro, muitas vezes nos faz esquecer da importância de cultivar relações humanas autênticas e significativas. Os estudos mostram que metade dos eventos adversos intra-hospitalar ocorrem devido a comunicação inapropriada e a falta do trabalho em equipe. A dimensão humana física, psicológica, cultural e social, assim como os padrões e as variabilidades na comunicação verbal e não-verbal, precisam ser considerados nas relações entre os profissionais da saúde e destes com os doentes e familiares, pelos que almejam a assistência de excelência. Nesse contexto, é extremamente honrosa a deferência que a nós foi concedida pela Professora Izabel Cristina Rios, convidando-nos para escrever o prefácio do livro intitulado Humanização no Hospital das Clínicas: a nossa história. A Professora Izabel relata as visões plurais sobre o humano que se manifesta nas relações entre as pessoas, os sentidos atribuídos à humanização e as vivências pessoais de sua manifestação nos institutos que compõe o complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). O livro registra a história recente da humanização no HC, que começa com a criação da Rede Humaniza FMUSPHC em 2009, segue com a implantação do Núcleo Técnico e Científico de Humanização, em 2012, e destaca a relevância da humanização como diretriz de desenvolvimento institucional para o HCFMUSP, a partir do evento de planejamento estratégico “FMUSP 2020”, que elegeu este tema como um dos seis eixos de desenvolvimento organizacional para dez anos. Marcos históricos da mudança de uma situação institucional na qual as ações de humanização eram localizadas e desconexas entre si, para uma situação de orientação corporativa, alinhamento conceitual e metodológico, e desenvolvimento sistêmico, integrado e capilarizado dentro de parâmetros mais ou menos comuns a todos. Aos leitores, digo que este livro reúne reflexões, histórias e exemplos de como a humanização pode transformar nossas vidas e o mundo ao nosso redor. Um exemplo marcante foi a participação do Núcleo de Humanização na linha de frente da pandemia da SARS-CoV-2 com foco no cuidado dos pacientes e colaboradores. Desde pequenos gestos de gentileza até iniciativas sociais mais amplas, a humanização está presente em diversas esferas da vida XII e pode fazer a diferença em nossa felicidade, saúde mental e bem-estar, contribuindo com subsídios para a reflexão da atuação clínica contemporânea sob a ótica da humanização da atenção à saúde. Através das páginas deste livro, você encontrará inspiração e orientação para incorporar a humanização em sua vida diária e, assim, criar um mundo mais justo, amoroso e inclusivo. Esta obra é uma fonte de inspiração e motivação para você construir um mundo mais humano e acolhedor. Parabéns aos colaboradores deste livro por compartilharem sua experiência e aprendizados conosco! Edivaldo M. Utiyama Diretor Clínico do HCFMUSP Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá Diretora da FMUSP
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