Inicia-se a balbúrdia logo no primeiro momento em que o senhor Alfabeto decide reunir todas as inflamadas letras não para promover um novo acordo ortográfico, mas sim uma festa, uma farra em que todas as suas protegidas estarão liberadas para falar tudo aquilo que bem entenderem. Assim, de A a Z, cada uma das letras enuncia um discurso de louvor a si própria e às belas palavras que compõem. Contudo, invertendo o tom, por vezes irrompem lamentosas queixas: o A confessa que sua proximidade com o M e o N faz com que se sinta estranho; o C evoca o clássico conflito com o S e o SS, sem falar na intromissão da cedilha; o H, melancólico, lamenta sua própria nulidade...