Margem Esquerda - Revista da Boitempo - Vol. 42

BOTELHO; CARVALHO; COELHO; LOHOFF; MAZZE
BOITEMPO

47,00

Estoque: 23

As intersecções entre marxismo e ecologia estão no centro desta edição da Margem Esquerda. Abrindo o volume, John Bellamy Foster repassa sua trajetória intelectual e política e reflete sobre os desafios do presente em conversa com Michael Löwy, Maria Orlanda Pinassi e Fabio Mascaro Querido. Um dos mais importantes intelectuais marxistas em atividade, em especial por suas intervenções no debate ecológico, Foster avançou como poucos numa compreensão da obra de Marx que não apenas a coloca em diálogo com as abordagens ecológicas mais recentes, como também visualiza as chaves para uma explicação materialista da atual crise ecológica. O dossiê “Marxismo, capitalismo e ecologia”, esquadrinha o problema em quatro ensaios afiados que buscam articular a teoria e prática do ecossocialismo diante de um cenário cada vez mais urgente de crise climática e civilizatória. Organizado por Fabio Mascaro Querido, o dossiê conta com ensaios de Michael Löwy, Luiz Marques, Ana Paula Salviatti, Arlindo Rodrigues e Allan da Silva Coelho. Abrindo a seção Artigos, o filósofo esloveno Slavoj Žižek acompanha o tema do dossiê e aborda a obra pioneira do japonês Kohei Saito sobre decrescimento ecossocialista. Luiz Eduardo Soares apresenta uma reflexão de fôlego sobre as estruturas elementares da violência no Rio de Janeiro como paradigma para compreender a onda neofascista que ainda assola o país. “O bolsonarismo”, insiste Soares, “é a superestrutura do modelo degradado e degradante de negócios e de domínio político que o Brasil contemporâneo herdou de sua história brutal e genocida.” O tema é rigorosamente contíguo com o artigo do cientista político Antonio Carlos Mazzeo, que desnuda o autoritarismo suicida da burguesia brasileira em uma análise do legado do golpe de 1964, que completa em abril sessenta anos. O leitor talvez encontre uma nota mais esperançosa na prosa de José Paulo Netto, que presta aqui seu tributo aos cinquenta anos da Revolução dos Cravos com um ensaio sobre a resistência dos escritores e poetas portugueses (em especial Ary dos Santos) ao fascismo salazarista. Fechamos a seção com uma dobradinha de artigos de Maurilio Botelho e Ernst Lohoff, que fazem uma leitura original e alarmante da atual fragmentação monetária global e o futuro da inflação. A edição presta homenagem a duas figuras da esquerda mundial que nos deixaram: o filósofo italiano Antonio Negri e o diplomata e economista brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães. Do primeiro, publicamos uma tradução inédita de um de seus últimos textos: um prefácio a O Estado e a revolução, de Vladimir Lênin. Sobre o segundo, apresentamos um comovente comentário escrito pelo professor de relações internacionais e conselheiro da revista, Luiz Felipe Osório. Os cliques que atravessam as páginas deste número são de Miguel Chikaoka, cronista visual da Amazônia. Selecionadas e comentadas por Francisco Klinger Carvalho, editor de arte da revista, as imagens do fotógrafo paulista radicado no Pará oferecem um “vislumbre pungente das vidas banais e cotidianas daquela gente das tribos ou comunidades, das ricas tradições e das lutas aguerridas, ainda prementes entre os viventes de um lugar que aglutina tantas questões importantes relacionadas à preservação do planeta.” Fechando a edição, nosso editor de poesia Flávio Wolf de Aguiar traduz os singelos e violentos versos do poeta palestino Zakaria Mohammed, falecido no semestre passado.
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