Experiência e Arte Contemporânea

KIFFER, ANA; REZENDE, RENATO; BIDENT, CHRISTOPHER
HEDRA

40,00

Fora de Catálogo

Nesse livro, organizado por Ana Kiffer, Renato Rezende e Christophe Bident, propomos deter por um instante o olhar sobre as relações, implicações, sobre-determinações, aproximações e diapasões entre a noção de experiência e o campo das manifestações artísticas e culturais contemporâneas.Os escritos reunidos neste livro promovem rara troca de ideias. A cada lance, novos territórios críticos podem surgir: conversas, giros, súbitas lateralidades fazem reverberar perguntas a partir do termo experiência, expondo seu caráter problemático. Vamos encontrá-lo, como quase tudo na era do sampler, em estado de êxodo.Acompanhando a estratégia de algumas proposições artísticas contemporâneas, o livro irá manter o desafio de levar adiante um movimento que não deixa de incluir seu próprio colapso. Como retomar o termo experiência, senão de modo tentativo? Vinculado fortemente à alta modernidade e à maneira de sentir romântica, o conceito despertaria quais sentidos nesse trânsito constante de entidades dividuais, códigos, temporalidades várias? Desdobra-se, buscando mover territórios: vivências críticas e participantes, conversas infinitas, perguntas dentro da pergunta.experiência-limite, sugere Oiticica: experiência positiva de um viver negativo. Algo se daria aí como um questionamento radical. Envolvido na construção de membranas de contato, Ricardo Basbaum já havia notado a conexão arte/mundo como uma espécie de mergulho ao avesso. Em entrevista publicada nesta coletânea, o artista-etc observa que [o] lugar da arte está sendo reivindicado por várias forças e interesses, choques culturais, e em todas essas variações seria necessário acreditar existir o momento de um encontro, que teria uma intensidade tal que valeria a pena, tanto para o sujeito que se lança nesse encontro, quanto para quem propõe a arquitetura e engenharia daquele processo. Uma das tarefas desta edição seria relançar a pergunta por tais encontros e intensidades, explorando mais uma vez a zona arte/externalidade. Tatiana Grinberg, traçando linhas extradisciplinares, propõe exercícios de/para um corpo hipersensibilizado, predisposto à escuta do mundo, em iminência. Detona um pensamento da mistura carnal, investido por uma fenomenologia do cyborg. Seu projeto Placebo atualiza a densidade da carne e do tempo: morder a duração.Ao modo provisório de Musa, obras e textos aqui buscam tornar palpáveis outras vivências. Também Laura Lima prepara, em líricos projetos/processos, organismos desenvolvidos entre carne, palavra, desenho, arquitetura, e acontecimentos. São objetos relacionais, enxertos, corpos, espaços, memórias diferentes que trocam significados e ativam uma escrita performativa, entre o ato e a matéria. Experiências se propagam, deslizando de diferença para diferença. A arte, aberta aos acontecimentos, se confunde então com um campo de deflagramentos, terreno mestiço…Cecilia Cotrim (na orelha do livro)
Ao navegar no nosso site você declara estar de acordo com nossa Política de Privacidade