Uma Vida Interrompida - 01Ed/19

HILLESUM, ETTY
AYINE EDITORA

79,90

Fora de Catálogo

No início deste diário, Etty é uma jovem de Amsterdã, intensa, apaixonada, envolvida em várias histórias amorosas. Lê Rilke, Dostoiévski, Jung. Ela é judia, mas não praticante. Os temas religiosos a atraem e às vezes ela fala sobre eles. Então, pouco a pouco, a realidade da perseguição começa a se infiltrar nas entrelinhas do diário. (...) Etty observa: "Nossa destruição se aproxima sub-repticiamente por todos os cantos e logo o círculo se fechará à nossa volta, de maneira que nenhuma ajuda de pessoas bem-intencionadas será mais possível. Agora ainda há muitas frestas, mas elas serão tapadas". Mas, quanto mais o círculo se fecha, mais Etty parece adquirir uma força extraordinária d'alma. Ela não pensa por um único momento, mesmo tendo a possibilidade, em se salvar. (...) Confinada em Westerbork, um campo de triagem do qual um dia será enviada a Auschwitz, Etty ainda exalta naquele "pedaço de campina cercado de arame farpado" sua capacidade de ser um "coração pensante". Se a técnica nazista consistiu, acima de tudo, em causar a degradação física e psíquica das vítimas, podemos dizer que, em Etty, causou o efeito oposto. À medida que o fim se aproxima, sua voz se torna mais clara e mais segura, sem rachaduras. Mesmo no auge do horror, ela consegue rejeitar cada átomo de ódio, porque tornaria o mundo ainda mais inóspito. A disposição de Etty para amar é invencível. Um dia anotou: "'endurecido': distinguir de 'insensível'". E é a sua própria vida a nos mostrar essa diferença. Assim, o testemunho de Etty permanece entre os mais preciosos que a perseguição aos judeus nos deixou.
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