Fita Isolante

BRENO
ELEFANTE EDITORA

50,00

Estoque: 20

Fita isolante apareceu originalmente como uma espécie de folhetim pandêmico nas redes e na newsletter da Elefante. Todos os domingos, breno trazia aos seguidores da editora sua crítica mordaz aos acontecimentos brasileiros relacionados ao coronavírus e ao seu grande propagador nestas terras: o governo federal. Compiladas em livro, as tirinhas se transformam em documento histórico de uma época que todos devemos lembrar de nunca esquecer. A série Fita Isolante traz um testemunho brutal sobre viver durante a pandemia, como um diário desenhado no olho do furacão. Com traços habilidosos, Breno nos faz refletir sobre os impactos da crise sanitária na vida coletiva e também seus efeitos dentro de nós. É impossível olhar para as tiras desta coletânea e não lembrar de quando tínhamos que nos armar de muita coragem e álcool em gel para sair de casa, de quando acompanhávamos dia após dia o noticiário fúnebre, os tropeços de um Brasil desgovernado, o luto vivido por tantas famílias. Impossível não lembrar das formas que encontramos de encarar ou driblar a solidão, de nos comunicar, de resistir. Muitas das tiras não têm palavras, são silenciosas, mas não se engane. Elas gritam. São protestos contra o cinismo e a ganância dos poderosos, votos em favor de um mundo mais justo e humano. Carol Ito — Carol Ito, na quarta capa Publicada semanalmente no e no Instagram da Editora Elefante, a série traz uma (nem sempre tão clara) conexão com a pauta semanal dos últimos dois anos. Com apenas 4 quadros e (quase) nenhuma palavra, cada uma das tiras da série contém um comentário visual em que podemos ver muito do que nos devorou nos últimos anos: a piração com tecnologia, os algoritmos, as big techs, a precarização do trabalho, a mesquinhez corporativa e empresarial, a obscena nazichanchada bolsonarista, a pandemia, o bafo da morte no cangote e, sobretudo, a incomunicabilidade, a solidão e o esfarelamento psíquico do isolamento social (essa a verdadeira chave interpretativa por trás do trocadilho do título da série). Seja em meio a moradores de rua do tamanho de prédios, ou encontrando o proverbial ralo no fundo do poço, ou respirando a fumaça de óleo diesel de um tanque de guerra decrépito, ou sendo engolido por um tsunami de saliva contaminada, ou apenas segurando um singelo chaveirinho em formato de caixão, as imagens do Breno, revisitadas agora, nos colocam como observadores em uma espécie de cordão de isolamento (olha aí outra chave interpretativa): a salvo, mas em uma estranha zona de desconforto. A eterna pulga atrás da orelha que, no fim das contas, é o resultado que deve alcançar o trabalho de um bom cartunista. Afinal, como diz aquele velho provérbio, fita isolante não é bandaid. — Rafael Coimbra, na orelha
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