Oscarina

REBELO, MARQUES
JOSE OLYMPIO

59,90

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Um clássico de Marques Rebelo que retrata o cotidiano do subúrbio carioca. Oscarina mostra uma cidade longíngua e ainda muito viva. Com personagens bem caracterizados, a linguagem um tanto dramática e a incorporação dos falares das ruas na escrita, o autor revela o que é próprio de um certo Rio de Janeiro, mas também algo comum à alma humana, com seus desejos e contradições.Jorge desiste dos estudos, para desgosto do pai, e acaba seguindo carreira militar. Troca a noiva, Zita, por Oscarina, uma mulher cheia de encantos, que o apresenta a novos hábitos, e assim ele se lança de vez à vida boêmia. Clarete, do conto “Felicidade”, sonha em ser atriz, mas acaba se casando com o chefe. O protagonista de “Onofre, o terrível, ou a sede de justiça” é um mata-mosquitos que, insatisfeito com o salário irrisório e com o chefe que não trabalha, pensa em se vingar — o que revela também a consciência sobre o valor do próprio trabalho.Publicado originalmente em 1931, Oscarina, estreia literária de Marques Rebelo, reúne dezesseis contos que mostram o cotidiano de donas de casa, trabalhadores e tipos do subúrbio carioca. O autor se mostra ainda atual e apresenta o Rio de Janeiro além dos cartões-postais. “‘Marques Rebelo é moderno sem ser modernista’”, definiu o dramaturgo e romancista Josué Montello [...]. Ao trazer Oscarina de volta às livrarias, esta bela edição da José Olympio vem reiterar as palavras do acadêmico. Como se não bastasse, nos lembra que a literatura é também o lugar dos ferrados, dos invisíveis, dos maltratados, dos vencidos. Torcedor apaixonado do América Futebol Clube — ‘meu time perde sempre’, dizia —, Rebelo sempre esteve ao lado deles.” — do prefácio de Marcelo Moutinho“Agira como um babaquara tomando birra ao estudo à toa, porque tinha até muita sorte: estudava pouco e passava em tudo quanto era exame. Raspando, mas passava e era o que valia. Tinha, porém, inveja dos camaradas empregados que não estudavam, que não ficavam mais magros por não saberem os teoremas de geometria, nem os verbos irregulares ingleses, dos quais o Benzabat atulhava treze paginhas, o bandido, e tinham — felizardos! — a noite inteira para jogar na gandaia. E as festas do Ginástico, do Orfeon, do Clube Euterpe!… Aquilo, sim, é que era vida! Por aquilo é que ele ansiava.”