Caipora e Outros Conflitos Ontológicos:

ALMEIDA, MAURO
UBU EDITORA

99,00

Estoque: 6

Reunião dos principais ensaios do antropólogo Mauro W. B. Almeida, publicados entre 1998 e 2015. O livro pode ser dividido em duas partes: na primeira, o autor alça o campesinato a posição de destaque enquanto objeto de pesquisa antropológica e contesta o apagamento da figura do camponês, associando-a ao forte movimento dos sem-terras no Brasil. Em seguida, a atenção de Almeida se volta à luta dos seringueiros, que ele chama de “camponeses da floresta”. Para o autor, estes passaram da invisibilidade ao reconhecimento na década de 1980, obtendo a implantação das primeiras reservas extrativas após o assassinato de Chico Mendes. O antropólogo se debruça sobre esse período de transição e as estratégias utilizadas por alguns líderes militantes para que ela fosse possível. Almeida ainda explora o conceito de “colocações florestais”, bem como o modo de vida desenvolvido nesses locais – há uma relação direta com a ideia de reserva extrativista proposta pelo movimento social dos seringueiros amazônicos na década de 1980. Na segunda metade do livro, o autor desenvolve pontos de contato entre estruturalismo e matemática – área do conhecimento em que é autodidata. Aqui, o pensamento do antropólogo Claude Lévi-Strauss emerge em peso, principalmente no capítulo 7, “Simetria e entropia”, cuja recepção foi positiva entre matemáticos e o próprio Lévi-Strauss. Atenção considerável é despendida ainda sobre sua análise de mitos, com exemplos que incluem mitos do sudoeste amazônico, mostrando como, para esse pensador, reflexões indígenas produzidas por s de narradores coletivos se transformam no tempo e no espaço. A partir dessa consideração, Almeida consegue dar um salto e explorar o conceito que chama de “matemática selvagem”.